Para podermos compreender a
dificuldade que a criança apresenta no seu processo de desenvolvimento escolar,
não podemos colocar em teste só o
aprendiz ( aprendente), mas também todo contexto no qual ele é inserido. (social e familiar)
A família é um contexto
muito importante a ser estudado. Existe uma relação intensa entre a família e o aprendiz, a forma
como se relaciona, o jeito como interpreta este relacionamento. O seu entendimento
mais a forma como isso é passado é que vai caracterizar o vínculo com a
aprendizagem e do conhecimento e como isso é digerido. Sempre é necessário quando se fizer um psicodiagnóstico, ter um olhar atento para todas as interferências positivas e negativas no processo da aprendizagem. Estão envolvidos neste processo inúmeras variáveis, que podem interferir de forma significativa no aprender e apreender conhecimento.
Entendo “aprender” como interar-se com o novo, enquanto “apreender” entende-se como absorver e
internalizar conhecimento.
A família presente e a de
origem (avós/bisavós/antepassados) são fundamentais no diagnóstico do conceito de aprendizagem. Se parar
para observar e refletir, vai perceber que herdamos de nossos atenpassados
valores e conceitos que carregamos pela vida a fora. Conceitos do certo e do
errado, conceito do novo e do antigo, do pode ou não pode, tudo são conhecimentos
que são passados de geração para geração. Estamos lidando com conceitos
instalados e enraizados que podem de alguma forma ser relevante ou não, no diagnóstico e na intervenção que será feita.
Como pode ser feito esta intervenção?
Convocando os membros da família e trabalhando os conceitos e valores que estão interferindo no processo, com técnicas adequadas para cada situação.
Pensando pelo lado
psicológico da absorção do conhecimento podemos entender que o aprendiz tem um
envolvimento emocional muito grande com a família e interage com ela mais
intensamente; mesmo porque é o seu primeiro núcleo social , onde tudo é passado como
conceitos e valores verdadeiros e de raiz, da família. Ex: o que é certo para
uma família não necessariamente é certo para outra família do mesmo nível social, se estender
este pensamento em termos de famílias universais teremos muitas e diversas
diferenças. Os conceitos e valores são fundamentados no relacionamento social,
mas são internalizados conforme a interpretação de cada família.Quando temos a responsabilidade de lidar com a criança, detectar suas dificuldades, precisamos em primeiro lugar acreditar no potencial do ser humano, do que temos em mãos, formar um vínculo positivo de carinho de amor, como diz Sara Paim, o que importa no caminho da cura é o AMOR com que se realiza o desenvolvimento do trabalho e que proporciona a cura.
Fazemos parte da mesma engrenagem, somos um grupo social, ao interagirmos com amor proporcionamos respostas positivas que serão disseminadas por toda uma vida.
Clélia Marilia- Psicóloga e Psicopedagoga
Junho/2014