Tem muitos filhos e poucos pais.
Falando desta maneira parece estranho, mas não é, estamos em “tempo de filhos” onde eles mandam, comandam, dirigem a vida dos pais. Hoje em dia o que observamos é que existem muitos pais desestruturados, sem saber como agir, sentem-se coagidos pelos filhos, que de certo modo tomaram o comando da família, as coisas precisam ser feitas conforme o gosto deles...
É muito estranho olhar a educação por este prisma, mas para muitos é a realidade, sofrem a pressão dos filhos, são de alguma forma chantagiados, permitem que eles decidão o que querem o que acham certo ou errado, e que tomem atitudes inconsequentes e irresponsáveis "filhos tiranos e manipuladores", mesmo porque pela lógica natural da educação, as crianças e os jovens ainda não estão preparados para tomarem nenhuma atitude madura, precisão de orientação, precisão de alguém que decida por eles, são ainda muito imaturos e infantis, não possuem sua personalidade ainda bem estruturada, são pequenos seres ainda em crescimento e evolução.
Por que chegamos nisso?
Muito difícil afirmar com precisão, mas, podemos entender que os pais da atualidade, cheios de compromissos, sem tempo disponivel para educação, que é algo que precisa ser feito com muito amor, determinação e disciplina, fica fora da sua realidade, precisam delegar esta tarefa a outras pessoas que não eles. Aí quando os filhos querem coisas diferentes, cedem com muita facilidade quando não, deixam que eles mesmos decidão o que querem... Já ouvi muitas e muitas vezes os pais falarem “ filho você escolhe..., você decide..., o que você gosta... se você quer tudo bem..., se você gosta vou fazer o possível e impossivel para conseguir ” e assim por diante, essas são apenas algumas falas.
Não existe mais o papel da autoridade dos pais que lhe é natural, ficou perdido no tempo e no espaço. Poucos pais sabem fazer uso dessa autoridade com naturalidade, sentindo-se ed ucadores. Os pais por não estarem presente e atuante na vida dos filhos, determinando e comandando o que eles podem ou não fazer, se sentem perdidos e querem compensar deixando seus filhos fazerem o que querem, estão criando pequenos monstros cheios de desejos e angustias, comportamento este que acarreta ansiedade familiar. Se cada qual assumir o seu papel as coisas ficam diferente.
Podemos entender simbolicamente que a familia atualmente é um navio sem comandante, navegando a esmo, está na hora de revermos valores e assumirmos o leme, só assim podemos contribuir para uma sociedade mais equilibrada.
Cmha/ fevereiro/ 2012