Trabalhar com símbolos é maravilhoso, porque existe uma ligação entre os símbolos e o inconsciente, e de alguma forma o inconsciente utiliza os símbolos para expressar o que se passa no nosso interior,  como internalizamos e registramos os conceitos e os valores.

Quando utilizamos a caixa de areia Junguiana, podemos de alguma forma trabalhar aquilo que não está claro para o paciente. Ele vai conseguir expressar de forma indireta tudo àquilo que o atrapalha no dia a dia. A caixa de areia vai de alguma forma, fazer o paciente refletir sobre o que percebeu e resinificar valores.

“ ex: Fiz uma caixa de areia com uma criança que atendo, trabalhamos os medos que interferem de maneira significativa no seu dia a dia, depois de algumas sessões percebi que estava diferente, mudando de comportamento, passou de medo para raiva, fiquei muito feliz, trabalhamos os sentimentos (raiva), e no meio das nossas conversas ele saiu com uma pérola: não tenho mais medo da forma que tinha antes, perguntei o que e por que mudou, ele disse: “enterrei o medo” , expliquei que o medo era importante, precisa existir,  mas que não podia dar um valor exagerado para ele, que funcionava como a raiva, ela acontece mas, você não pode dar um valor exagerado para este sentimento porque ele pode lhe destruir”. Neste momento estava trabalhando as polaridades em busca do equilíbrio.

Quando isso acontece, de forma sutil e verdadeira, o paciente vai transformando o que não está bom, por vezes, nem percebe o que está acontecendo. Às vezes só fica sabendo quando alguém de seu convívio pessoal lhe diz:  “Nossa como você mudou!!!”

É neste momento que o paciente vai valorizar o seu investimento, aquilo que está fazendo (terapia) seu autoconhecimento ou renovação intima.

A terapia Junguiana é para mim, aquela que abrange conceitos  passados, presentes e futuros. Através da simbologia, podemos acessar conteúdos adormecidos.

Porque como diz JUNG “ Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”

Outra frase que me chama bastante atenção é:

“Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para outra; não existe uma receita na vida que sirva para todos.

C.G.JUNG

Que entendo como somos todos diferentes, nossos ajustes não são igual. Cada pessoa tem a sua forma de ser e pensar o que foi internalizando durante sua vivência, segundo aquilo que viu e aprendeu. Seus valores foram se estabelecendo conforme seu entendimento e interpretação.

SOMOS RESULTADO DE NOSSA APRENDIZAGEM BIO-PSICO-SOCIAL.

Clélia Marília Heusser Azeredo

Psicóloga Junguiana & Psicopedagoga

CRP. 11.474 – ABPP 13.503