O Ego é muito importante
para o individuo, porque representa a sua consciência, aquilo que você sabe e
registrou como certo ou errado.
Mas, não podemos esquecer
que ele é uma pequena parte da psique, onde está contido no Si mesmo
(totalidade).
Quando nascemos o Ego ainda
não está totalmente estruturado, apenas existe e à medida que vamos nos
desenvolvendo, vai sendo construído, ele passa tomar consciência do Eu, se
separando do Si mesmo.
O nosso inconsciente está
presente em nós segundo Jung, desde muito antigamente (arquétipos), é a nossa
herança psicológica, o que herdamos dos nossos antepassados e tudo que neles
existia.
À medida que o Ego vai sendo
construído, acha que é dono da verdade, e que pode absorver tudo que existe no
Si mesmo, mas, isto é impossível, aí entendemos que o Ego está inflado, orgulhoso,
presunçoso, cheio de si.
Tudo isso acontece na fase adulta, enquanto não
trabalhamos os nossos conteúdos internos. A medida que vamos amadurecendo, enfrentando nossos desafios, trabalhando nossos conteúdos internos, possibilitamos a integração, sendo
entendido como a busca da totalidade, mas, isto não significa que seja fácil ou
que conseguimos realizar os nossos objetivos.
Somos todos uma incógnita,
buscando nossa realização pessoal e espiritual. Buscamos o entendimento da
nossa vida interior, que vem como realização pessoal, profissional e
espiritual.
Podemos explicar a evolução (?)
com o estudo do mito de Adão e Eva, que fiz sobre os conceitos em questão e que vou descrever
abaixo:
O mito de Adão e Eva
descreve de forma simbólica a separação do Si mesmo do Ego.
Se entendermos que quando
Adão e Eva vivem no jardim paradisíaco na inocência do conhecimento, estado de
inflação, enquanto não transgridem as
regras colocadas pelo criador, que
proíbe comer o fruto da árvore do bem e
do mal, neste momento estão vivendo dentro do Si mesmo junto com Ego de maneira
integrada.
Mas, quando Eva come e
oferece o fruto proibido para Adão que coniventemente experimenta do fruto da
árvore do bem e do mal (conhecimento), o casal toma consciência que estão nus,
conseguem visualizar a realidade.
É onde começa a separação do
Ego do Si mesmo, entendendo que o Si mesmo seja a condição original – HARMONIA
/ UNIDADE/ PERFEIÇÃO/ VIDA PARASIDIACA, alienação da realidade.
Quando o divino castiga Adão
e Eva, está revoltado com sua criação, porque os olhos foram abertos. O divino entende que eles agora são
semelhantes ao criador, que entendo como iguais na percepção do todo, então para que não se tornem eternos comendo do
fruto da árvore da vida, ele os expulsou do paraíso.
Essa é uma
interpretação psicológica do Mito Adão e Eva.
Clelia Marilia Heusser Azeredo
Psicóloga Junguiana - Neuropsicóloga & Psicopedagoga
CRP 11.474 -