Jogos do amor...
Tudo na vida é um jogo de interesses, afetivos e
emocionais, profissionais e financeiros...
Todos os tipos de interesses envolvem vínculos, mais
intensos ou superficiais, mas são necessários porque se eles não acontecerem não
existem os envolvimentos, o relacionamento fica frio e distante e porque não dizer
um relacionamento unilateral, a pessoa está junto para não se sentir só.
O que mais assusta as pessoas atualmente são os “vínculos”
que estão diretamente condicionados a medos e inseguranças. Por isso os jovens
da atualidade criaram o FICAR, que é um relacionamento sem compromisso. Sem “compromisso”, mas com vínculos afetivos
segundo o jeito de ser de cada um. As pessoas só vão relacionar-se com outro
quando existir um interesse seja ele qual for.
Podem
achar estranho eu estar falando deste jeito, porque na cabeça do jovem que só
quer ficar, ele não está ligado a nada,
apenas a um momento, este movimento não desencadeia ansiedades, angustias,
medos, incertezas, dependência, é um relacionamento distante, apenas uma
curtição. Será?
A diferença entre o “ficar” e “namorar” se
resume no COMPROMISSO que uma pessoa tem com a outra, envolve mais pessoas da
família, é uma relação mais estável, com possibilidade de futuros compromissos
familiar, enquanto o “ficar” é passageiro e momentâneo.
Antigamente também existia o “ficar” VISTO DE FORMA diferente, era
chamado como “flertar” você conversava, andava de mãos dadas, beijava só
não transava no primeiro encontro como as vezes acontece no “ficar” atualmente,
que eu vejo como experimentar a relação para ver se gosta e dá certo, antes tudo era mais lento e mais intenso, era o que
antecedia ao namoro, quando o jovem selecionava o parceiro(a) que queria namorar, era a primeira etapa do
jogo do amor, onde os jovens se conheciam e demonstravam que estavam
interessados um pelo outro.
“Ficar” atualmente
significa ter um relacionamento ou mesmo um passatempo sem compromisso e quando
as pessoas se envolvem com o “ficar” já sabem que este relacionamento pode ou
não dar certo e que o seu envolvimento com o outro é mais superficial, não criam expectativas nem
vínculos, sentem-se mais seguros de si.
Ficar é um programa livre, mas que pode ser
fatal, sem querer você também pode ficar envolvido sentimentalmente, se
apaixonar pelo parceiro (a) mesmo acreditando que tudo é só momentâneo e
passageiro. Os sentimentos, as sensações não escolhem como devem agir, apenas aparecem e se apresentam e se
envolvem.
Não vejo muitas vantagens nesta nova forma de se
relacionar, acho que os jovens criam menos fantasias, são mais distantes e
sonham menos, se protegem demais, mas
sofrem do mesmo jeito, se sentem confusos e misturados, ficam mais
susceptíveis e fragilizados, porque ficam com muitas pessoas diferentes, a
escolha do parceiro torna-se mais difícil e por vezes impossível, porque tudo
que é demais ou de menos perde o referencial.
Cmha/ setembro 2013